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Elisabete Moraes da Cunha

Quarta-feira, 10 de março de 2004

Boa Noite! Meu caro e querido Poeta João. Perguntaste-me se foi meu professor; eu o respondo: -Foi, e na hora em que eu estava desistindo do meu grande sonho de continuar escrevendo meus poemas e meus contos. - Sempre desde dos meus nove anos sempre amei escrever, mas o tempo passou, eu cresci me tornei mulher, mãe, esposa; meus sonhos de menina ficaram só na lembrança, de uma menina sonhadora.

O tempo novamente, foi passando, mas nunca deixei de escrever em segredo. Até que um dia na escola de meus filhos encontrei na biblioteca um livro, o qual estava rasgado e sem capa, havia poucas páginas, mas as que eu li foram o suficiente para que eu me enchesse de coragem, e corresse atrás de um sonho antigo. O poema o qual eu li havia palavras de conforto, coragem e dedicação, no final o nome do autor, João Scortecci; deste dia em diante comecei a tentar encontrar livros do tal escritor, mas nada consegui.

Então, decidi, me associar na casa do poeta da minha cidade, a CAPOCAM, mas também não encontrei os livros que queria.  Não fiquei mais no anonimato, voltei a estudar, pois meu estudo era pouco. Até que um dia uma emissora de TV aqui da nossa região abriu um concurso sobre historias de natal, lembrei do poema que eu havia lido na escola, tomei coragem e participei, achei que não seria selecionada; mas me enganei tirei o primeiro lugar.

Na época, estava valendo um TV 29 polegadas. A TV está hoje no meu quarto, isto ocorreu no natal retrasado. Se tomei coragem, se fui à luta, se aprendi que nunca é tarde para recomeçar foi porque de alguma forma você me ensinou. Eu não desisti de procurá-lo, continuei insistindo. liguei para várias editoras, até que em julho do ano passado eu resolvi mudar minha maneira de procurá-lo; comecei a ligar para as editoras e dizer que gostaria de publicar um livro, e de telefonema em telefonema, no final de julho descobri a Scortecci Editora, juntei uma coisa com a outra, e te achei.

É lógico, que eu não iria publicar um livro, pois não tenho condições financeiras para tal. Mas fui muito bem atendida e o pessoal da editora me mandou um kit do escritor para minha casa. - Deus!... Você não imagina minha felicidade, tenho tudo guardado, no mesmo dia comecei a escrever um livro o qual falo sobre nossas crianças que sofrem abusos domésticos, achei que não estava legal então depois de todo manuscrito pronto, resolvi refazê-lo colocando um tempero de romance e fantasias para dar mais sabor a tudo.

Mas faltava uma coisa, o computador, então a diretora da escola mostrou no final do ano o meu trabalho para o prefeito da minha cidade, e ele aprovou minha ideia e junto com meu marido os dois se uniram e me deram o computador, em fevereiro deste ano, eu custei a aprender a lidar na internet, mas consegui. E como num toque de mágica, ligeiramente entrei no site da Scortecci Editora. E para minha surpresa! lá estava: João Scortecci! Na mesma hora enviei um pedaço de uma poesia que fiz especialmente para você. Este ano vou participar do concurso literário da Asabeça. Sei que estarei concorrendo com feras, mas vai valer cada batida de tecla, em meu teclado, porque sei que meu sonho não vai ficar mais calado!

E depois de tanto tempo a procura de um amigo que eu nem sabia se ainda existia, ou quem era; finalmente o achei. Para mim o que vai valer, é o prazer de poder participar. De uma gaúcha sonhadora e que tem você como professor, e salvador de um sonho que estava adormecido. Um forte abraço, e hoje te digo:  - Muito obrigado! Meu querido amigo que eu não o conheço e que também não me conheces, mas que consegui te encontrar! 

Elisabete Moraes da Cunha
Camaquã - RS